resquícios
Substituindo pessoas por fantasmas, imagens, resquícios,
coisas que a vida faz com tudo e com todos, é uma visão fria e crua, até onde a
inteligência pode nos levar, até onde podemos alcançar com nossas técnicas e
conhecimentos ilimitados, quanta dor traz o conhecimento, a evolução, quanta
desordem programada, quanta besteira pré concebida de ideias escuras e
turbulentas e sombrias.
O que talvez mais aflija seja o fato de isso parecer nossa
única natureza, nosso único plano, nossa única perspectiva como seres no mundo.
Todo o vazio do outro nos enche, de coisas , coisas sim,
ainda que vazias mas de certa forma chegam a ser um mal necessário, sem julgar
seu próximo como estamos todos cheios de vazio, é engraçado mas o vazio da
sentido a quase tudo em nossas vidas ainda que inconscientemente. Construímos
espaços vazios, quero dizer, quando construímos uma casa erguemos nossos
limites, criamos um espaço vazio, e é exatamente esse vazio que da sentido a
casa, que da utilidade aquilo.
Tudo que nos escapa, tudo que vai
embora é atraente para nossas histórias pessoais, histórias que contaremos
algum dia bêbados, ou simplesmente numa tarde de domingo sentada a beira de uma
varanda uma mulher vai chorar, ao lembrar de algo que se foi, mas foi tudo o que
a transformou no que ela é hoje, aquilo que foi, mas não pode ser admitido.
De outro lado haverá um cara
sentado, simplesmente sentado esperando ela passar novamente sabendo que ela
não passará.
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